27 outubro 2006

Um conto popular galego

Lobo ibérico (Canis lupus signatus) (Foto: Wolfsbilder)


O HOME DO BURRO E OS PORTUGUESES

Este era un señor de Córneas que tiña un burro solamente, e marchóuse con el polo mundo pra facer fortuna. Foi a Portugal, donde non conocían os burros. Preguntáronlle pra qué era aquel animal, i el díxolles que era pra cazar lobos, que había moitos por alí. Trataron de comprarllo, e déronlle por el un saco cheo de ouro.

Pra cazar os lobos, tiñan que atalo a unha estaca no monte, e deixalo alí toda a noite. Fixérono así a primeira noite, i, ao chegar unha manada de lobos, o probe do burro comenzóu a tirar, arrancóu a estaca, botóu a correr, e metéuse nunha capilla que había alí cerca. Os lobos tamén se meteron tras del, pro el, aos velos dentro, botóuse fora correndo, e, como levaba a estaca colgada, enganchóu a porta con ela e cerróuna tras de sí, deixando aos lobos pechados dentro. Cando os portugueses foron á mañá cediño ver o estropicio que fixera o burro cos lobos, encontrárono á porta da capilla e dentro unha manada de lobos que poñía medo, e dixeron:

-¡Animalín de Dios!¡Non puido matalos e pechóunos na capilla!

Á noite seguinte aseguraron ben a estaca pra que non poidera arrincala e tuvera que matar alí os lobos. ¡Meu pobriño! Como non puido escapar, chegaron os lobos e cenaron con el opíparamente. I eu, en vista de que se descubrira a pillería do corneallo, víñenme pra eiquí correndo.

CONTOS POPULARES DA PROVINCIA DE LUGO. Ed. Galaxia

(in A Páxina de Avelaíña)

22 outubro 2006

Paul Cézanne (1839-1906)

Paul Cézanne, As Margens do Marne, óleo sobre tela, 1888, Museu Pushkin de Belas Artes, Moscovo, Rússia

20 outubro 2006

Os primeiros escravos da era dos Descobrimentos

O que se vai ler a seguir é o relato da venda dos primeiros escravos trazidos de África pelas caravelas, que teve lugar em Lagos, no Algarve, no ano de 1444, e à qual assistiu o próprio Infante D. Henrique. O relato é do cronista Gomes Eanes de Zurara.


CAPITULO XXV

COMO O AUTOR AQUI RAZOA UM POUCO SOBRE A PIEDADE QUE BA DAQUELAS GENTES, E COMO FOI FEITA A PARTILHA

Tu, celestial Padre, que com tua poderosa mão, sem movimento de tua divinal essencia, governas toda a infinda companhia da tua santa cidade, e que trazes apertados todolos eixos dos orbes superiores, distinguidos em nove esferas, movendo os tempos das idades breves e longas, como te praz!

Eu te rogo que as minhas lagrimas nem sejam dano da minha consciencia, que nem por sua lei daquestes, mas a sua humanidade constrange a minha que chore piedosamente o seu padecimento. E se as brutas animalias, com seu bestial sentir, por um natural instinto conhecem os danos de suas semelhantes, que queres que faça esta minha humanal natureza, vendo assim ante os meus olhos aquesta miseravel companha, lembrando-me de que são da geração dos filhos de Adão!

No outro dia, que eram VIII dias do mês de agosto, muito cedo pela manhã por razão da calma, começaram os mareantes de correger seus bateis e tirar aqueles cativos, para os levarem segundo lhes fora mandado; os quaes, postos juntamente naquele campo, era uma maravilhosa cousa de ver, que entre eles havia alguns de razoada brancura, fremosos e apostos; outros menos brancos, que queriam semelhar pardos; outros tão negros como etiopes, tão desafeiçoados assim nas caras como nos corpos, que quasi parecia, aos homens que os esguardavam, que viam as imagens do hemisfério mais baixo.

Mas qual seria o coração, por duro que ser podesse, ti que não fosse pungido de piedoso sentimento, vendo assim aquela companha? Que uns tinham as caras baixas e os rostros lavados com lagrimas, olhando uns contra os outros; outros estavam gemendo mui dolorosamente, esguardando a altura dos ceus, firmando os olhos em eles, bradando altamente, como se pedissem acorro ao Padre da natureza; outros feriam seu rostro com suas palmas, lançando-se tendidos no meio do chão; outros faziam suas lamentações em maneira de canto, segundo o costume de sua terra, nas quaes, posto que as palavras da linguagem dos nossos não podesse ser entendida, bem correspondia ao grau de sua tristeza.

Mas para seu dó ser mais acrecentado, sobrevieram aqueles que tinham cargo de partilha e começaram de os apartarem uns dos outros, a fim de poerem seus quinhões em igualeza; onde convinha de necessidade de se apartarem os filhos dos padres, e as mulheres dos maridos e os dos irmãos dos outros. A amigos nem a parentes não se guardava nenhuma lei, somente cada um caía onde o a sorte levava!

Ó poderosa fortuna, que andas e desandas com tuas rodas, compassando as cousas do mundo como te praz! E sequer põe ante os olhos daquesta gente miserável algum conhecimento das cousas postumeiras, por que possam receber alguma consolação em meio de sua grande tristeza! E vos outros, que vos trabalhaes desta partilha, esguardae com piedade sobre tanta miseria, e vede como se apertam uns com os outros, que apenas os podeis desligar!

Quem poderia acabar aquela partição sem mui grande trabalho? Que tanto que os tinham postos em uma parte, os filhos, que viam os padres na outra, alevantavam-se rijamente e iam-se para eles; as madres apertavam os outros filhos nos braços e lançavam-se com eles de bruços, recebendo feridas, com pouca piedade de suas carnes, por lhe não serem tirados! E assim trabalhosamente os acabaram de partir, porque alem do trabalho que tinham com os cativos, o campo era todo cheio de gente, assim do lugar como das aldeias e comarcas de arredor, os quaes leixavam em aquele dia folgar suas mãos, em que estava a força do seu ganho, somente por ver aquela novidade.

E com estas cousas que viam, uns chorando, outros departindo, faziam tamanho alvoroço, que poinham em turvação os governadores daquela partilha.

O Infante era ali em cima de um poderoso cavalo, acompanhado de suas gentes, repartindo suas mercês, como homem que de sua parte queria fazer pequeno tesouro, que de RVI 3 almas suas aconteceram no seu quinto, mui breve fez delas sua partilha, que toda a sua principal riqueza estava em sua vontade, considerando com grande prazer na salvação daquelas almas, que antes eram perdidas, E certamente que seu pensamento não era vão, que, como ja dissemos, tanto que estes haviam conhecimento da linguagem, com pequeno movimento se tornavam Cristãos; e eu que esta história ajuntei em este volume, vi na vila de Lagos moços e moças, filhos e netos daquestes, nados em esta terra, tão bons e tão verdadeiros Cristãos como se descenderam de começo da lei de Cristo, por geração, daqueles que primeiro foram bautizados.

(Gomes Eanes de Zurara, in Crónica dos Feitos da Guiné)


O antigo mercado de escravos de Lagos, Algarve

19 outubro 2006

Experiência


A redacção que se segue foi escrita por um candidato numa selecção de Pessoal na Volkswagen. A pessoa foi aceite e o seu texto está a fazer furor na Internet, pela sua criatividade e sensibilidade.

"Já fiz cócegas à minha irmã só para que deixasse de chorar; já me queimei a brincar com uma vela; já fiz um balão com a pastilha que se me colou em toda a cara; já falei com o espelho; já fingi ser bruxo.

Já quis ser astronauta, violinista, mago, caçador e trapezista; já me escondi atrás da cortina e deixei esquecidos os pés de fora; já estive sob o chuveiro até fazer chichi.

Já roubei um beijo, confundi os sentimentos, segui por um caminho errado e ainda sigo caminhando pelo desconhecido.

Já raspei o fundo da panela onde se cozinhou o creme; já me cortei ao barbear-me muito apressado e chorei ao ouvir determinada música no autocarro.

Já tentei esquecer algumas pessoas e descobri que são as mais difíceis de esquecer.

Já subi às escondidas até ao terraço para agarrar estrelas; já subi a uma árvore para roubar fruta; já caí por uma escada.

Já fiz juramentos eternos, escrevi no muro da escola e chorei sozinho na casa-de-banho por algo que me aconteceu; ja fugi da minha casa para sempre e voltei no instante seguinte.

Já corri para não deixar alguém a chorar; já fiquei só no meio de mil pessoas sentindo a falta de uma única.

Já vi o pôr-do-sol mudar do rosado ao alaranjado; já mergulhei na piscina e não quis sair mais; já bebi uísque até sentir os meus lábios dormentes; já olhei para a cidade de cima e nem mesmo assim encontrei o meu lugar.

Já senti medo da escuridão; já tremi de nervos; já quase morri de amor e renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial; já acordei a meio da noite e senti medo de me levantar.

Já apostei a correr descalço pela rua, gritei de felicidade, roubei rosas num enorme jardim; já me apaixonei e pensei que era para sempre, mas era um "para sempre" pela metade.

Já me deitei na relva até de madrugada e vi o sol substituir a lua; já chorei por ver amigos partir e depois descobri que chegaram outros novos e que a vida é um ir e vir permanente.

Foram tantas as coisas que fiz, tantos os momentos fotografados pela lente da emoção e guardados nesse baú chamado coração...

Agora, um questionário pergunta-me, grita-me desde o papel:

- Qual é a sua experiência?

Esta pergunta fez eco no meu cérebro: 'Experiência... Experiência...' Será que cultivar sorrisos é experiência? Agora... agradar-me-ia perguntar a quem redigiu o questionário:

- Experiência?! Quem a tem, se a cada momento tudo se renova???"

(Texto recebido por e-mail).

16 outubro 2006

Prémios Ig Nobel 2006

Foram atribuídos, no passado dia 5 de Outubro, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, os prémio Ig Nobel referentes ao ano 2006. Estes prémios são atribuídos pela revista "Annals of Improbable Research" e pretendem ser um contraponto aos prémios Nobel. Os prémios Ig Nobel destinam-se a galardoar trabalhos científicos reais, mas insólitos e divertidos.


Os trabalhos premiados com o Ig Nobel 2006 foram os seguintes:

ORNITOLOGIA -- Porque é que os picapaus não têm dores de cabeça.

NUTRIÇÃO -- Estudo que conclui que os escaravelhos que se alimentam de bosta são esquisitos de boca.

PAZ -- Invenção de um repelente electromecânico de adolescentes -- um dispositivo que faz um barulho incomodativo, destinado a ser ouvido por adolescentes mas não por adultos; um uso posterior da mesma tecnologia consiste em fazer toques de telemóvel que sejam audíveis pelos adolescentes mas não pelos seus professores.

ACÚSTICA -- Porque é que as pessoas não gostam do som de unhas a raspar num quadro negro.

MATEMÁTICA -- Cálculo do número de fotografias que é preciso tirar para (quase) garantir que ninguém num grupo fica com os olhos fechados.

LITERATURA -- Estudo intitulado "Consequências do uso do vernáculo erudito independentemente de haver ou não necessidade: problemas com o uso de palavras desnecessariamente compridas".

MEDICINA -- Cura de soluços difíceis com massagem digital rectal.

FÍSICA -- Porque é que quando se dobra espaguete seco, ele se parte em mais do que dois pedaços.

QUÍMICA -- Efeito da temperatura sobre a velocidade ultrassónica no queijo de Cheddar.

BIOLOGIA -- Investigação que conclui que o mosquito fêmea da malária Anopheles gambiae é atraído de forma igual pelo cheiro do queijo de Limburg e pelo cheiro de pés humanos.


É curioso notar que os laureados com o prémio Ig Nobel têm quase todos suficiente fair-play para aceitarem o prémio e até para comparecerem na "cerimónia" da atribuição.

A lista em inglês dos premiados deste ano, assim como dos anos anteriores, está nesta página da revista.

15 outubro 2006

Outono

Outono na Cova da Beira (Foto: Al-Farrob)


PINGAS DE CHUVA

Caem,
Gordas, sonoras,
Monótonas pingas de chuva,
- Espaçadas -
E indolentes
Vão marcando uma toada:
Ping pang - ping pang,
As pingas
De chuva do Outono pardo.
Espapaçada
A terra mole absorve
As vagas de chuva densa
Que lenta vai caindo,
Em pingas grossas, sonoras.
E ao cair,
A chuva bate o compasso
Com o som dum contrabasso...
Ping...
Pang...
Ping...
Pang...

(Adolfo Casais Monteiro, in Poemas do Tempo Incerto)


1º andamento (Allegro - Ballo e canto de vilanelli) de Outono, de Antonio Vivaldi

2ª andamento (Adagio molto - Ubriachi dormienti) de Outono, de Antonio Vivaldi

3º andamento (Allegro - La caccia) de Outono, de Antonio Vivaldi


Autumn in New York, por Ella Fitzgerald e Louis Armstrong


I'm singing in the rain, por Gene Kelly


(Foto: Al-Farrob)

09 outubro 2006

Léopold Sédar Senghor, 100 anos

Léopold Sédar Senghor em 1985 (Foto: Frank Perry)


FEMME NOIRE

Femme nue, femme noire
Vétue de ta couleur qui est vie, de ta forme qui est beauté
J'ai grandi à ton ombre; la douceur de tes mains bandait mes yeux
Et voilà qu'au coeur de l'Eté et de Midi,
Je te découvre, Terre promise, du haut d'un haut col calciné
Et ta beauté me foudroie en plein coeur, comme l'éclair d'un aigle
Femme nue, femme obscure
Fruit mûr à la chair ferme, sombres extases du vin noir, bouche qui fais lyrique ma bouche
Savane aux horizons purs, savane qui frémis aux caresses ferventes du Vent d'Est
Tamtam sculpté, tamtam tendu qui gronde sous les doigts du vainqueur
Ta voix grave de contralto est le chant spirituel de l'Aimée
Femme noire, femme obscure
Huile que ne ride nul souffle, huile calme aux flancs de l'athlète, aux flancs des princes du Mali
Gazelle aux attaches célestes, les perles sont étoiles sur la nuit de ta peau.
Délices des jeux de l'Esprit, les reflets de l'or ronge ta peau qui se moire
A l'ombre de ta chevelure, s'éclaire mon angoisse aux soleils prochains de tes yeux.
Femme nue, femme noire
Je chante ta beauté qui passe, forme que je fixe dans l'Eternel
Avant que le destin jaloux ne te réduise en cendres pour nourrir les racines de la vie.

Que linguagem é esta?

Na aldeia de Padornelos, Montalegre (Foto: José Carvalho)

Sabe o que quer dizer "grossabagalhoça"? Não, não é isso em que está a pensar. Essa "grossabagalhoça" também eu queria... "Grossabagalhoça" significa murmúrio, mexerico. E uma "parva", sabe o que é? Também não é isso. É uma refeição ligeira entre o pequeno almoço e o almoço. E uma "repolhaça"? É uma moça atraente!

Estas e outras estranhas palavras fazem parte de um subdialecto que ainda é falado pelas pessoas mais velhas das aldeias do Barroso, no Noroeste Transmontano. Não é português nem é galego, é sim um falar que remonta, também ele, às origens do galego e do português. Nasceu e permaneceu em uso nos concelhos de Montalegre e de Boticas, nomeadamente, em resultado do isolamento em que aquela região planáltica permaneceu até ao século passado.

O falar barrosão tem sido objecto de investigação por parte do professor universitário Rui Guimarães e foi tema de um artigo do Jornal Público em 7 de Setembro de 2001. O teor completo deste interessante artigo pode ser lido nesta página do Espigueiro.

08 outubro 2006

Tecnologia ao serviço das pessoas

Nestes últimos dias vieram a público duas notícias de carácter tecnológico de que quero dar conta: uma referente a um resultado já conseguido e a outra relativa a uma promessa ainda por cumprir. Passo a transcrever algumas passagens retiradas do sítio Jornalismo PortoNet.


UNIVERSIDADE DE AVEIRO CRIA VESTUÁRIO QUE CONTROLA SINAIS VITAIS

À primeira vista parece um colete ou um casaco sem mangas, mas a aparência esconde tecnologia que permite acompanhar os sinais cardíacos, temperatura e outros aspectos biológicos. O Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática da Universidade de Aveiro (IEETA) (...) concebeu o "Vital Jacket" (...).

O "Vital Jacket" é constituído por duas peças e não usa fios. A peça interior suporta equipamento que monitoriza variáveis vitais do utilizador onde quer que ele se encontre. Os dados são enviados para um "palmtop" que "armazena todos os dados, que podem ser colocados 'on-line' e acessíveis a um médico", explica William Xavier, investigador do IEETA.

A detecção dos problemas de sono através da análise dos movimentos durante a noite e a quantificação do esforço físico de um atleta são exemplos de aplicações do produto, que, segundo William Xavier, pode substituir a tradicional monitorização hospitalar. O "Vital Jacket" foi testado no Hospital de S. Sebastião, em Santa Maria da Feira. (...)


PORTO: TELEMÓVEL PODE SER GUIA DOS UTENTES INVISUAIS DO METRO

Os utentes do metro do Porto invisuais ou com baixa visão poderão ter acesso aos horários e ao percurso aconselhado para chegar a determinada estação através do telemóvel. É o que prevêem dois sistemas, idealizados pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), que deverão ser aplicados em zonas e estações-piloto em Outubro do próximo ano. (...)

O Infometro dará indicações aos cidadãos com problemas de visão de como chegar a determinada estação. O utente ligará para o número do serviço através de um telemóvel simples, o suficiente para ser detectada a sua localização e, a partir daí, dadas as instruções necessárias.

Este serviço será conjugado com o Navmetro, que vai fornecer toda a informação disponível nas estações de metro, como horários, tempos de espera ou anormalidades na circulação, através de um telemóvel equipado com "bluetooth" (uma tecnologia cada vez mais comum).

Os projectos nasceram do "interesse de há vários anos" de Diamantino Freitas, professor do Departamento de Electrotecnia da FEUP, pela ligação entre a tecnologia e as pessoas com deficiências. (...)


Viajando de metro entre o Porto e Vila Nova de Gaia (Foto: Patchouly)

01 outubro 2006

Dia Mundial da Música

A banda de Joe King Oliver, nos primórdios do jazz

Fragmento de Bogoróditse Djévo, do compositor estónio contemporâneo Arvo Pärt;

Payekea, dos índios Wayapi da Guiana Francesa;

Ária Casta Diva, da ópera "Norma", de Vincenzo Bellini, por Maria Callas;

Jiu Kuang, peça tocada em Gu Qin, um dos instrumentos de cordas mais antigos da China;

America, do musical "West Side Story" (1957), de Leonard Bernstein;

Canto da apanha de cogumelos, dos pigmeus Baka dos Camarões;

Poema sinfónico Pacific 231, do compositor suíço Arthur Honegger; o nome desta peça refere-se à mais potente locomotiva a vapor que existia à data de 1923, ano em que a peça foi composta; ouvindo esta obra, podemos "fazer" uma viagem num comboio imaginário puxado pela citada locomotiva, "observando" as diversas paisagens que o comboio vai atravessando ao longo da sua viagem - os montes e vales, as montanhas e planícies, as pontes, as florestas, enfim, tudo quanto a imaginação nos permitir "ver" com o auxílio da música.