27 março 2014

Pareço-me

Ngidifangana, gravada em 1973 pelo cantor angolano Rui Mingas. Este poema, que Mário António de Oliveira escreveu em quimbundo e Rui Mingas musicou, diz de uma forma resumida mais ou menos o seguinte: «Pareço-me com um cão rafeiro que as pessoas enxotam, dando-me um pontapé no rabo e dizendo: "Fora daqui!". Eu fujo com a cauda entre as pernas, ganindo: "Caim, caim, caim..."»

20 março 2014

Where have all the flowers gone?


Where Have All The Flowers Gone?, de Pete Seeger, por Joan Baez

Where have all the flowers gone, long time passing?
Where have all the flowers gone, long time ago?
Where have all the flowers gone?
Young girls have picked them, everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

Where have all the young girls gone, long time passing?
Where have all the young girls gone, long time ago?
Where have all the young girls gone?
Gone for husbands, everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

Where have all the husbands gone, long time passing?
Where have all the husbands gone, long time ago?
Where have all the husbands gone?
Gone for soldiers, everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

Where have all the soldiers gone, long time passing?
Where have all the soldiers gone, long time ago?
Where have all the soldiers gone?
Gone to graveyards, everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

Where have all the graveyards gone, long time passing?
Where have all the graveyards gone, long time ago?
Where have all the graveyards gone?
Gone to flowers, everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

Where have all the flowers gone, long time passing?
Where have all the flowers gone, long time ago?
Where have all the flowers gone?
Young girls have picked them, everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

19 março 2014

A índia e o beija-flor

(Foto: Rosa Gauditano)

15 março 2014

Um grande homem

Esse homem — bem sabeis — é tolo...
Todavia
Um amigo, que é dele e meu, disse-me um dia:
«Tenho-o visto sentado à banca do trabalho!
Com a fronte em suor, num cruciante orvalho,
Curvado sobre a mesa o desgraçado anseia!
É o galgo Talento atrás da lebre Ideia!
Exânime afinal de esforços impotentes,
Vai cair no torpor imbecil dos dementes,
Esfalfado, a arquejar numa postura mesta,
Quando duma palmada estrídula na testa
Espirra uma centelha!...»

E eu disse-lhe: — Acredito,
Porque a palma é de ferro e a testa de granito!

João Saraiva (1866-1948)

(Foto de autor desconhecido)

08 março 2014

Música composta por mulheres

A compositora alemã Clara Schumann

Neste Dia Internacional da Mulher, tomo a liberdade de dar a ouvir um pouco de música composta por três mulheres: Fanny Mendelssohn, Clara Schumann e Alma Mahler.

Fanny Mendelssohn (1805-1847), que foi irmã do compositor Felix Mendelssohn e se casou com o pintor Wilhelm Hensel, tomando então o nome de Fanny Hensel, foi uma compositora e pianista alemã, protestante de ascendência judaica. Foi a primeira mulher na Europa a distinguir-se como compositora, tendo contado com o apoio discreto do seu irmão para enfrentar os preconceitos existentes na sua época em relação à atividade de uma mulher que não se limitasse a ser apenas dona de casa.


Noturno em sol menor de Fanny Mendelssohn, pela pianista e compositora canadiana Heather Schmidt

Clara Josephine Wieck (1819-1896) que, após o seu casamento com Robert Schumann tomou o nome de Clara Schumann, foi uma compositora e pianista alemã. Teve uma vida atribulada por causa dos problemas mentais do marido, que o levaram à loucura e à morte. O amor entre ambos prevaleceu sobre a doença e sobre os problemas financeiros do casal, tendo Clara sido uma importante divulgadora da obra musical de Robert Schumann.


Prelúdio e fuga op. 16, nº 3, de Clara Schumann, pelo pianista belga Jozef de Beenhouwer

Alma Maria Schindler (1879-1964), que tomou o nome de Alma Mahler quando se casou com Gustav Mahler, foi, tal como este, uma compositora austríaca. Teve uma vida amorosa turbulenta, tendo sido amante do também compositor Alexander Zemlinsky, do pintor Gustav Klimt, do também pintor Oskar Kokoschka e tendo ainda casado sucessivamente com o arquiteto Walter Gropius e com o poeta Franz Werfel após a morte do seu primeiro marido, Gustav Mahler. O casamento com este último foi, aliás, nefasto para a arte musical, pois Gustav Mahler impôs como condição, para que o casamento se realizasse, que Alma renunciasse à composição musical, o que ela aceitou e cumpriu. Assim, Gustav Mahler pôde brilhar sozinho, sem que Alma lhe fizesse concorrência com a sua própria música. Quando os nazis tomaram o poder na Áustria, Alma Mahler-Werfel e o seu marido de então, Franz Werfel, que era judeu, fugiram do país com destino aos Estados Unidos, tendo passado por Lisboa. A respeito desta passagem pela capital do nosso país, escreveu Alma: «Nunca esquecerei aqueles dias de paz paradisíaca num país paradisíaco, depois do tormento dos meses anteriores».


Erntelied (Canção da Colheita), de Alma Mahler, pela meio-soprano suíça Sonja Leutwyler, acompanhada pela Orquestra Filarmónica Eslovena conduzida por Uroš Lajovic

04 março 2014

Carnaval em Veneza


Fotografias do esloveno Bostjan Pulko

03 março 2014

Carnaval no Porto (quando existia)

Fotografia de um cartaz publicitário referente ao carnaval de 1905, organizado pelo Clube Fenianos Portuenses. Esta instituição da cidade do Porto, que ainda existe, tinha sido criada no ano anterior com a finalidade de organizar festas de carnaval. O carnaval de 1905 foi o primeiro de uma longa série de carnavais que a instituição organizou, espalhando alegria pela cidade (Foto: Guedes de Oliveira (1865-1932))

02 março 2014

Carnaval em Peste, de Franz Liszt


Rapsódia Húngara nº 9 (Carnaval em Peste), de Franz Liszt (1811-1886), pelo pianista chinês Nansong Huang, que tinha 15 anos de idade à data desta interpretação. Peste é a parte oriental da cidade de Budapeste, capital da Hungria, separada da parte ocidental, chamada Buda, pelo rio Danúbio


Rapsódia Húngara nº 6, de Franz Liszt, pela pianista ucraniana Anna Fedorova. O andamento final, Friska, desta rapsódia também é chamado Carnaval em Peste