26 setembro 2015

Missa Luba


Missa Luba, pelo coro de rapazes e adolescentes congoleses Les Troubadours du Roi Baudoin, com Joachim Ngoi como solista e sob a direção do padre Guido Haazen (1921–2004). Esta missa baseia-se em canções tradicionais lubas, num arranjo do mesmo padre Guido Haazen, e é constituída pelas seguintes partes: Kyrie (aos 00m 04s), Gloria (aos 02m 07s), Credo (aos 04m 45s), Sanctus (aos 08m 48s), Benedictus (aos 10m 24s) e Agnus Dei (aos 11m 17s). A seguir poderão ainda ouvir-se, no vídeo, três cânticos de música europeia interpretados pelo mesmo coro: Ave Maria, do compositor flamengo Jacques Arcadelt (1507–1568) (aos 13m 12s), Mbali Kule (Gloria in Excelsis Deo), com base num cântico de Natal de origem portuguesa (aos 15m 46s), e O Jesu Christe, do compositor flamengo Jacquet de Berchem (circa 1505–1567) (aos 17m 31s)


A Missa Luba é uma versão da missa latina constituída por canções tradicionais dos Baluba (povo Luba), que vive nas províncias do Kasai Ocidental, Kasai Oriental e Katanga, da República Democrática do Congo. O arranjo e adaptação à liturgia católica romana foram feitos pelo padre Guido Haazen, um franciscano de nacionalidade belga.

Quando a Missa Luba foi editada em disco pela primeira vez em 1958, ela constituiu uma autêntica revolução, pois rompeu com os conceitos então dominantes sobre o que era e o que não era música sacra. Até então, por exemplo, o único instrumento musical que era admitido num culto religioso católico era o órgão. Enfim, com um bocado de boa vontade, poderia admitir-se um harmónio ou um piano em vez do órgão. Mas agora... tambores?! E africanos, ainda por cima?! Numa missa?!

A Missa Luba foi de certo modo premonitória, pois, poucos anos após o seu lançamento em disco, o papa João XXIII convocou um concílio que veio provocar uma grande renovação na Igreja Católica: o concílio Vaticano II. Digamos que a Missa Luba terá ajudado a preparar o espírito de muitos crentes católicos espalhados pelo mundo para as mudanças na Igreja que estavam para vir.

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