21 janeiro 2016

Adagio para Cordas, de Samuel Barber


Adagio para Cordas, do compositor norte-americano Samuel Barber (1910–1981), pela Orquestra Raízes Ibéricas dirigida pelo maestro José Atalaya. Esta é, talvez, a melhor interpretação deste Adagio que eu já ouvi, apesar de a má qualidade do som prejudicar seriamente a sua fruição. Mesmo assim, acho que vale a pena ouvi-la. José Atalaya mostra aqui, para lá de qualquer dúvida, que é um grande maestro e que em Portugal existem excelente jovens músicos


O Adagio para Cordas é uma peça musical escrita para orquestra de cordas em 1936, pelo compositor norte-americano Samuel Barber. Em rigor, o Adagio não foi originalmente composto para orquestra de cordas, mas sim para quarteto de cordas apenas, constituindo o segundo andamento do Quarteto de Cordas op. 11 de Barber. Foi só depois de ter composto este Quarteto que Samuel Barber fez um arranjo do Adagio para orquestra de cordas. Desta maneira, o Adagio autonomizou-se e acabou por se tornar a obra mais conhecida e apreciada de todas as que Samuel Barber compôs. Mais tarde, no ano de 1967, o autor fez um novo arranjo deste Adagio, desta vez para coro, acrescentando-lhe as palavras latinas da oração Agnus Dei, do ordinário da missa. Neste mesmo blog, já tive oportunidade de postar uma interpretação do Agnus Dei de Samuel Barber.

O Adagio para Cordas, pelo seu caráter profundamente comovente, tem feito parte da banda sonora de vários filmes e séries de televisão. Um particular destaque deve ser dado ao excelente filme Platoon (que em Portugal tomou o nome Os Bravos do Pelotão), de Oliver Stone, que ganhou quatro óscares em 1987 e que usa o Adagio para Cordas de Samuel Barber como tema. Platoon é um filme a todos os títulos notável, embora seja extraordinariamente "pesado" e violento. É um filme que aborda a guerra do Vietname de uma forma particularmente realista e profundamente humana, nos antípodas da fantasia delirante de Coppola em Apocalypse Now (que também é um grande filme, mas por outras razões) ou das infantis fanfarronadas de Sylvester Stallone nos filmes de Rambo e quejandos. Só quem viveu a guerra do Vietname por dentro, como aconteceu a Oliver Stone, é que poderia realizar um filme como Platoon.



Trailer do filme Platoon — Os Bravos do Pelotão, de Oliver Stone

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